quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

It's all happening

hoje eu chorei depois de muito tempo sem uma lágrima derramar
e me dei conta que estive há quase um mês sem chorar

foi bom sentir água salgada em meus lábios novamente
- mesmo sem ser do mar! -
e perceber que meu pranto não é triste nem contente

pode ser saudade,
vontade de você,
do seu estar

pode ser pânico-vertigem-aflição de tanta coisa por fazer,
falta-me o ar

pode simplesmente ser
o acontecer do sonho,
realizar

sigo consciente
a nadar
ou me afogar
sem você naquele mesmo bar

Vapor Barato

Tudo que eu quero começa com mar
Tudo que eu quero na vida começa com mar, afinal
Tudo que eu mais quero na vida começa com mar, só muda o final
Tudo que eu quero é navegar marcos e marcas com a minha nau
Pois tudo é (d)o mar no final

sábado, 30 de dezembro de 2017

amadurecer (ou e-mail de natal 2k17)

a sensação de perda, algumas vezes ainda me faz chorar
sabendo mesmo que muita coisa é pra se perder, apesar
e se perde muita coisa, sem pesar

perder pe
               sa

sendo mesmo necessário estar le         ve pra continuar
fazer seu corr e, dançar pra não dançar

re começar

e (a) sonhar
real             izar
e mesmo (o) chor ar

por algo - ou alguém - que não se devia mesmo (nem) ganhar
só ama (endurece) r

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

sexto andar, subindo

hoje eu vim te procurar
agradecer pelo Igor sem H
(que eu já nem me esforço mais!)
e soltar mais um barco em chamas nesse Mar

brincar de acreditar
que amanhecer faria o elevador trazer você
me fez entender
que tudo tem mesmo que morrer

pra germinar - em outro quarto ou andar!

domingo, 3 de dezembro de 2017

paz imensa

nos meus sonhos, pontes feitas de perdão e a sensação de que sou um monstro, pela... qual vez mesmo?

eu não ligo.
eu só piso em toda poça, toda pessoa.

eu não quero ser salvo.
e tudo te destrói.

eu sempre deixei as pessoas irem embora, apesar da invencibilidade da memória.

meu orgulho é deixar todo mundo saber quem eu sou.
eu não quero provar nada.

existe uma particularidade...
eu tenho vergonha do que sonho com você.

eu só quero férias, na praia.
uma casinha lá na marambaia.
o violão e um moreno bem disposto.
minha gal de cuca legal.
sal nas feridas, até o pescoço.

sonhei tudo em detalhes, num gif.
nas minhas mãos, e nas paredes, esmalte fosco.

num flash, o céu da nossa casa.
no chão, o pôr do sol.
e na varanda, o ar, ligeirinho, pá-pum.

discos de domingo, a fala do gato, seu pé no meu sapato.
você me diz que eu poderia conseguir qualquer um...

eu só quero  férias.
e a tua paz, imensa.

deus sempre morre aos 33 pra ressuscitar quando o carnaval chegar

eu já vi esse filme antes.
sem spoiler, o fim é trágico.
vai voltar pra me assombrar.
se lembra que você me contou?
eu acho que você já se esqueceu do horror, e que eu chorei porque lembrava a gente.

vou encher os livros de poesia de palavras sujas sobre mim pra você ler.
depois, não diga que não te avisei.
(eu te avisei!)

mais-uma-vez.
tudo que eu fiz, o que eu não quis, o amor...
eu me sinto um monstro, pela segunda vez, e renuncio ao meu reinado.
pre-mi-a-do.

mais uma vez não me sinto no direito de alugar esse espaço ocupado.
a culpa é minha, eu sou culpado.
a resposta certa pra questão errada.
e nunca soube lidar com a desaprovação.
por querer sem dar um passo, por dar um passo sem querer.

me observo repetir os mesmos erros, rebobinando rolos de filmes que eu nunca vi.
a história se repete, a força a deixa bem mais mal cantada e eu já perdi as contas de em qual formação estamos.

perdi o prazo.
passei por cima de todos os cacos.
perdi o norte.
tão cansada de tantas chegadas e partidas - tenho sorte!
agora eu corro por mim, na praça.
tomo uma cerveja no bar.
puxo uma cadeira pra vida, deixo tudo pra lá que vem vindo o carnaval, essa fase ruim vai passar e alguma hora eu sei que eu vou chegar.

Férias (na praia)

Eu voltei para te escrever.

No caminho de volta pra casa não vi nada, e não fui salva. Tudo te destrói.

Eu não quero passar nenhum segundo ao seu lado.
Eu nunca sei começar as conversas que eu termino.

E se você souber da invencibilidade da memória?
E da minha tatuagem, pública e notória?
Não tem orgulho, mas... Você sabe quem você é?
Que coisa você quer provar (além dos meus peitos)?
Minha companhia?

Eu estou farta do que você me oferece.
Eu só quero sal na ferida, pra ela alucinar os meus desejos, eu ver Jesus Cristo, e cicatrizar.
Passar um fim de semana ao seu lado, e morrer no Mar.